Porque acaba que o dia vai ficando mais leve com o passar das horas. Sentiu aquela paralisia corporal quando acordou, o que é sempre aterrorizante sentir, incapaz de se mover, com medo de mergulhar novamente no sono e se perder. É uma espécie de morte. O quarto baila, já que objetos completamente fantasiosos aparecem nas visões em meio a objetos normais. Uma força de existir, persistir, sobre humana, um sonho lúcido. Brevidade, sem excessos. Confiante daquilo que descobriu na solidão do sono. Acordou hoje de manhã para descobrir uma miçanga perdida num dos cantos do quarto, acordou hoje de manhã precipitado e desvairado. Raios e tempestades caem na realidade, pois os homens criaram limites pensando num ideal (servil) que tira a força de existir. A gente inventa jogos e trapaças para suportar o acordar, e seguir com o impulso de ir em frente, vá pra vida, rapaz. Você pode escolher pertencer à manobra do gado, maldizer sua condição e a dos semelhantes como se não fossem as suas. Corpo desperto, afetado pelo mundo, com as raízes no infinito pois por aqui o corpo não é  mais sagrado. Não precisa compreender nem aceitar, mas percebe que era cedo demais. Que sejam vistos e ouvidos, entorpecidos entre palpites e boas ideias sem critérios. Dos afetos primários, alegria e tristeza, nascem todos os outros. Segue em linha reta desequilibrando-se.

Yangyang Pan
Yangyang Pan
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