Quais as novidades desde quarta?
Nada de especial. Caminhos para tentar encontrar algo novo… Eu não sei. É bom escrever cercada por música e bons livros, e com uma xícara de café forte à mão. À medida que o dia continua, torna-se cada vez mais difícil prestar atenção a qualquer outra coisa. Eu tento estar presente para as pessoas que mais me importam.
Grande parte do trabalho é no cotidiano. Tudo em você traz uma vida intensa e você, diretamente ou não, dá muita importância ao poder da lógica e então, por alguns segundos, é invadido por uma estranha sensação de triunfo com o coração partido. Sem lutas, justamente por ter voltado a viver. Tanto acontece no interior – na mente – que mesmo os dias mais comuns muitas vezes se sente selvagem. Quando um pôr do sol funciona, o familiar torna-se estranho de novo e a vida é revelada em toda a sua estranheza inarticulável.
Inarticulável. Desejante.
Nenhuma questão fora afrontada de um jeito elegante, e escapar desse impasse foi um movimento impulsivo para ganhar tempo para pensar. Ou será preciso dizer as coisas de outro modo? Um mestre favorito meu costumava dizer que anseia a estranheza dos outros. Anseio a estranheza doméstica, interna. A vida está confusa e quem sabe o que está por perto. Mas, em muitos aspectos, a incerteza pode ser estimulante, mente em movimento e não em repouso.
Seria uma pena enxergar o nosso fragmento de tempo neste planeta-poeira-cósmica com medo. O fluxo para se conectar com outras pessoas através do idioma é forte, mas a vida é solitária, muito solitária e a poesia com cores fornece algum descanso.