Teve um lado sombrio, você está certo.

Os avós não permitiram muita liberdade naquela época por medo. O escuro inspira milhares de sons e desperta a ansiedade da saída. Te chamo, te espero. Que saibamos com o que nos importar em situações em que nós mesmos nos desfalecemos, perdemos o vigor e a força física. Há uma tristeza no som da voz, pouca vontade de alcançar o outro, pouca esperança. Falo para você e um pouco para mim também. No domingo à noite, enrolo nas cobertas e no sofá aguardo o frio sair da pele. Não me preocupo com o tempo que isso vai levar, tenho calma e sei que a paralisia não durará muito tempo. Risco de perder o fio da meada caso se dissipem os primeiros pensamentos da manhã, o que deve ser guardado no coração e o que nunca deverá entrar nele.

Mostre-me respeito, que não escondamos a verdade e não enterremos o passado sem resolvê-lo. Podemos redefinir nossos abismos enquanto o ar frio entra pelas frestas. Prioridades. Que a gente se aperceba que o tempo traz as verdades e recupera algumas cascas das feridas. Talvez algum conforto, alguns colos, chamegos. Que haja amor e que sempre haja recomeços, pois somos todos seres inacabados. Ah, no meio do verão, quando o sol estará alto no céu e as nuvens oferecem uma grande variedade de formas que mudam constantemente, a luz terá tornado ao que era um ano antes.

Seguremos as rédias dos nossos descontroles bem rente.

Observamos melhor essas coisas quando estamos fora. Olhos vidrados na janela, o frio e o escuro já não absorvem tanto. Algum conforto de existir, respira em três tempos. Os velhos tomam polaroids, os jovens usam o instagram. A inspiração nunca é obrigada a cumprir um prazo.

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