Eu tenho que pensar. Bem, seria uma dose de cachaça ou um chá?
Eu queria poder andar pela rua e comer o que eu gostasse e fechasse os olhos em um mundo onde eu estaria destinada a vagar sozinha. Um café pode ganhar. Pode ser algo muito simples, como o espaguete perfeito e o alho. Eu gostaria disso.
O trabalho por vezes é temporário, mas a fome por trás dele é ilimitada. Vivo um sabor que fica na minha cabeça que eu quero. Ei, é difícil não ver seu projeto mais amplo como uma tentativa de mudar a própria paisagem. Mudar, mudar-se. Percebo uma maneira nova de ver o mundo. Se está sempre armazenando essas coisas, coisas que nos agarram, ou que a gente simplesmente guarda, derramamos. Porque a gente é memória.
Há muitos legumes e muitos ingredientes regionais que eu amo.
Apenas saber que você pode se levantar novamente, pode se testar novamente, se experimentar de novo naquele tempo. A estrutura desse tempo é antiquada – mas por dentro há muito material novo e isso é suficiente. Já não se é como antigamente. Desejo ingredientes estranhos que nunca tinha ouvido falar antes… Mas eu não estava forte o suficiente.
Devoraria uma barra inteira de chocolate branco agora.
Nas gavetas da casa era como se eu tivesse construído camadas e, dentro das camadas, outras camadas… e mesmo editando e cortando, há muito espaço tomado por minha própria memória, meus gostos, minhas emoções e minha intuição. Na verdade, depois dos dias, havia menos restrições sobre o que eu poderia fazer naquela gaveta. Mas por dentro há muito material novo. Eu estou sempre fazendo meu próprio movimento, muitas vezes com os olhos fechados.
Algo extraordinário aconteceu.