to emotiva e to puta. e vocês que estão lendo esse texto, assim de primeira, é por conta de um apreço genuíno meu. pode acreditar. isso num vale lá muita coisa, mas é um cisco de amor sincero. ando sumida, ando revoltzs modes on, e tá muito difícil ser e conviver.
to na lida de aprender o cinismo como arma de sociabilidade familiar ou não, nada novo nisso, mas assim, tava quase dando, galera. Tava quase dando certo, estávamos quase conseguindo ter um diálogo sobre qualquer assunto. agora a micropolítica está intoxicada de medo, repulsa, pus, enjôo, fedor e ataques de pânico com requintes de crueldade. a avidez qualquer que seja, destinada a qualquer objeto (de qualquer alimento) é doce, enjoativa, viciante, impura, melosa e perversa. não é bem assim: cai quem quer.
é um trem muito sedutor, a sordidez é sedutora. no espelho sempre encontra onde ressoar.
tive longe de pessoas que aprecio muito. que me suspiram por escolhas, por cores, por vidas, por vontades, por enlace nas coisas que são de importância mesmo, tipo, vamos levar as frases de auto-ajuda pra valer? e que mesmo de longe persisto de encher-me de água vendo o caminho que andaram por aí. por estar longe, por grana, por suores frios, por tristezas, por medo de deslocamento (isso existe sim), por falta total de qualquer auto controle da sudorese fria em pele quente que nos gripam só de ler.
essa história da dominância emocional da opinião pública mediana geral irrita, irrita, tira o ar e queima o peito. é um delírio sem fim, e uma busca desespero por alguma qualquer pobre e indiferente salvação. desde que na bula tenha referência nas letras miúdas entrelinhas, independente do que seja, como seja e se coerente no pouquinho que seja, um teco, de salvação de alma, suspiro genérico que seja, alivia.
uma merda, camaradinhas, uma merda.
porque nosso labor manual é nossa sobrevivência, porque somos um bando de largados e pelados no cerrado de minas, oxi, que bença seria, e que pode ser arte, e sendo artesanato seria lindo crianças sujarem as unhas de barro.
e que quando a gente fala de arte a gente emociona, e a gente está aqui, tentando o de sempre, mostrar os dedos sujos depois de umas noites em lençóis turvos melados de gel. eu queria mesmo era largar-me à revelia, ser a margem da sociedade, mas até os sonhos mais tilelês da mais tenra idade ficam estourados na cor diante da realidade de ser mulher, fêmea, whatever.
meu medo me domina, me delineia, me entorpece e me mapeia. sou fraca, não sou guerreira nem forte porra nenhuma, sou exausta. todas as ””fortes”” ou ””não”’ mulheres que conheço estão cansadas. eu também estou. e não tem porra nenhuma que me faça botar química no cabelo de novo. tampouco nas conexões cerebrais que fazem a gente rir melhor. mais bobo, sabe, mais oquei (a médica disse, é né, o remedinho te joga no palco e o resto é com você)… é duro ser realidade, ser e ver cru, ser sem conto de fadas. mas depois que a gente pensa, se interroga algumas questões que acabam com toda e qualquer submissão por mais vontade que tenhamos de.
porque a gente, eu né, até que quis a submissão, eu quis. juro. deve de ser mais fácil. deve de ser mais admirado socialmente, deve de ser mais fácil ser feliz assim. ó céus. to fudida. não acredito nisso. era bom e seria se eu acreditasse.
quero ser arte, quero o coletivo, que a gente sendo. nem segura na mão que me dá agonia, mas né, tipo, poxa, se escondam não.
qual a violência que a gente pratica?
entregar meu corpo e respiro e gosto ao frio e ao tempo, desprezar como força a dominância é como se faz arte. a sordidez de troca laboral entre corpo e alimento e vestimenta e ter onde cagar. arte. ter onde cagar. percebem? a arte é pra quem tem onde cagar.
tá fácil pra ninguém, pra quem nunca foi fácil está e será pior. engano nada, acho que 2019 vai ser pior. mas queria que soubessem que os amo e admiro.