Criava conceitos intimamente na tentativa de definir quando os acontecimentos se relacionavam ou não como causa e consequência. Criava significados com clareza e a essência deste conceito é a satisfação como a de um prozac na corrente sanguínea. Evidências claras do quão isso era esquisito e absurdo estava por todos os lados. Tanto quanto as sincronicidades. Os sinais estando fora de nós era só escolher o lado.
Como uns e outros reagem a isto não como algo lógico e racional mas como a mais pura vontade de se livrar daquilo o quanto antes, fazia escolhas a partir de caminhos aparentemente mais fáceis. Dúvida como algo que liberta, que permite que se pense melhor sobre tudo. De abandono, de entrega, de curtição, de descompromisso, fizera um pouco de tudo. Sensações que migravam para o corpo e em decorrência disso brotaram várias memórias.
Impulsos que animara passado, um presente e um futuro ocos. Imaginava que apenas precisaria refinar as suas compreensões, mas não precisava de ser convencida da existência do renascimento. Qualquer um. Para que lembrasse o que era de verdade e o tanto que faltara para que pudesse olhar no espelho sem sentir vergonha do inferno no qual mergulhara sua vida. A partir do momento… oquei, a vida segue.
E aí então, hoje despertou com a sensação de que tinha passado pelo buraco negro existencial, saído dele inteira e que curtia o sol. Mais uma vez as sensações tinham sido uma espécie de expurgo. Como isso aconteceu? Não saberia dizer. Mas sei que foi assim que sentira.