A sobrevida e os cães

A primeira vez que eu fugi ouvi vozes no mar, vi guerreiros no trem pegando tigres pela cauda. A primeira vez que fugi, vivi como se fosse uma estranha. Com sorte eles podem  falar com você como se falassem com uma criança. Abraçar um pequeno poder divinatório. Ela refere-se a pequenos prazeres da vida: você vai me deixar mostrar para onde correr? 

O desconhecido e o horror da existência (às vezes) – que nos acomete nas antemanhãs –  sobre o ser, reconhecer e satisfazer a natureza devaneante da existência se agarram em sua pele. Mas o cheiro do café nunca poderá mitificar e oferecer respostas.  Nem ler respostas no latido dos cães na madrugada, doídos latidos. Talvez se não as procurar ali, se aperceba que na verdade não existem respostas. Pode-se querer logo eliminar as dúvidas, encontrar saídas. Lá onde não inventamos uma maneira de fazer um mundo artificial ao nosso redor construindo conjuntos ou inventando-os digitalmente, possamos simplesmente ver gente.

Encontra-se paz em um cigarrinho na janela às cinco da manhã, cada trago é uma extensão de si mesma. Dê a ela o tempo de 3 ou 4 dias de sono bom e justo para que ela possa voltar para a realidade. Às vezes ela está dentro da sua casa e nem se apercebe porque o estado de espírito que dá aos que fazem o café e o pão é de viagem e observância. Talentos.

E os cães respondem que sim.

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