O coreógrafo foi o sobrevivente da equipe. Nada mais essencial. Coisas insólitas estão acontecendo com ela e com as pessoas que mais ama por causa disso. Precisa ser posta para fora (é de forma mais sutil que se defende) o especialista comentou, afirmou. Devo parar? Já lera uma vez sobre aquilo, o gosto da coisa que engole. Só podia ser. Que a morte sirva de exemplo, alerta. Um tubo fechado numa das extremidades. O soluço escapando, o grito na praça. Mas para superar era preciso aprender a levitar, estar de pé e abrir os braços, fazendo um movimento que não faz ideia do que é. Mas de igual intensidade, braços e pernas. O pescoço desceria mais livre. Imagina a água escorrendo pela nuca como ato supremo e solitário de afeto.
Vamos aos saltos.
Gueorgui Pinkhassov, Moscow, 1993