Assim foi como tudo ficou tratado, ela se sentindo uma pessoa melhor, respirando melhor.
É claro que era um desabafo. Um mundo onde todos teriam uma chance razoável de felicidade, uma chance razoável. Razoável… repetia sem saber porquê. Talvez para que se tornasse realidade. A incrível limitação das palavras. Nas camadas mais sutis, o estado já desconfortável de infelicidade é um estigma que oscila entre a humilhação e o status.
Ele seguia o assunto com tédio, meio profissional. Dizia da inutilidade de pensamentos. Pelo contrário! Eu só acreditava em recordar o passado, imaginando o futuro, nunca no presente. Algumas pessoas dizem que a felicidade é agora, é a qualidade do frescor do momento presente. Devia-se misturar todos, todos os vislumbres de alguma verdade. A solidariedade dos corpos permanece. Não! Não é verdade que o coração se gasta (mas a gente cria essa ilusão). Coincidindo momentos muito específicos, sentara à mesa com aqueles novamente. Dois milhões de minutos parecem ter passado então.
Um tempo muito longo que todo mundo parecia ter dentro (entre as orelhas) e continuaram a não saber o que fazer com ele. Talvez depois de duas vezes esse tempo tenham encontrado o caminho para as montanhas, o que melhorava a sensação, mesmo que infimamente. Ruídos que representam sentimentos, pensamentos, talvez experiência. Talvez algumas verdades.
Foto by Camil Tulcan