Todos os dias as pessoas ao seu redor fazem coisas boas. Todos os dias pessoas estão dispostas a expor fraquezas e vulnerabilidades (funciona sem adornos).

O carro avança o sinal, molha a todos. Teste de paciência, de resistência. Esperando o ônibus, os pés molhados, umidade grudenta incomoda. Aquela narrativa linear que sonhara, desejara, intuíra à noite desapareceu na mesma. Assentamentos e despertares uma caminhada ininterrupta, mas que oferece variedade sonora em troca.

O ônibus sacoleja, ela agradece ter fones. Enquanto tiver olhares, linhas divisórias, sub-sumindo os silêncios, transformando a composição aleatória e confusa em uma continuidade… enquanto… não consegue completar a frase.

A descontinuidade do estudo no que se refere ao tempo, pronto, já outro ponto de vista. Se não fossem eles, seriam outros. Ali, o nosso interesse na vida, transforma e nos faz olhar para a frente. Paisagens da janela. Para amanhã: dar prazer a outras pessoas. Uma curva e o rapaz do lado não se move, sem pressa. Sem pressa. Quando alguém se torna absorvido em si mesmo, em seus problemas pessoais, ou nos pequenos detalhes da vida diária, ele está perdendo seus laços com a vida. O outro, o insondável. Nunca saberemos.

Um avião ia cair, risos, alívio de quem viveu pra ver que a previsão era mentira. E se não tivessem trocado os números? Nunca saberemos. Água, areia, o que fazer agora que se está só? Eu tinha em minha mente que eu só queria ser uma artista. E é. A mesma abordagem ao silêncio, vida bruta. Vida sóbria.

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