Ele está aqui! Ele está aqui! Antes de ir dormir e viver o sonho, percebo que ele estará lá quando desligar a luz. É que ele estava pra lá, perdido em algum horizonte… E foi que lá pelas tantas, esse homem que eu não havia conhecido antes, estava me contando sobre o mar, todo o seu amor, sobre vinhos e charutos e até sobre a eternidade. Era pra ficar até tarde mas a gente é de acordar cedo. Senti-o hesitar. Pode-se ler pensamentos: “não, não, isso não vai durar para sempre… aqui estou eu de novo, minha menina, pensando no que estou fazendo aqui.”
A política é a base, na base, no campo. A alegria está em compartilhar conhecimento pois tenho algo que vai colocar as coisas no fogo, assim que tem sido. Diga-me do que você gosta (não tenho tempo, não, não tenho tempo). Talvez quisesse que houvessem 48 horas a cada dia, porque há um buraco na história, derrota, trabalho a se fazer. Inesperado, para lembrar-lhe do que aconteceu. Sinal de quem passou por maus bocados. Mas essa daqui, mantenha para si mesmo. Há algo que não vi. Eu sei a maneira de olhar, porque há espécies que são extintas todos os anos, e outras descobertas. Diga-me você! Por trás os sangues estão fervendo, o embrulho no estômago está presente. Mas escolhe-se, ali, nos pés descalços, viver o riso, a bebice, a partilha.
Pois que agora tento viver em paz com meu passado e não me culpar tanto pelas coisas que não consegui. Porque o diabo sai em sua voz quando você começa a rir, pois que as boas noites de sono tem dois despertares. E de madrugada quase manhã tem café. Você achava que iria passar sem se perceber?
Gilbert Garcin, Les prairies ne sont pas plus vertes (The prairies are not greener), 2010