Por favor, não se preocupe. Apenas estou imaginando encontros em botecos distantes, cervejas em conta, comida com gosto de casa. Que eu estou me preparando para dar-lhe uma beliscada sobre a compaixão, quiçá uma ou duas linhas sobre as chamadas virtudes. É uma questão de escolha como se faz seu o trabalho e de alguma forma conseguir superar o que se diz como sendo o bom comportamento. Já se sabe o que é ser profunda e literalmente auto-centrado a ponto de ver e interpretar tudo através dessa lente do eu.
Mas é praticamente o mesmo para todos nós.
É difícil permanecer alerta e atenta, semear novas sementes além do que se sabe sobre ficar hipnotizada pelo monólogo constante dentro de sua própria cabeça (pode estar acontecendo agora). Para além das artes liberais que dizem sobre como pensar, está ali um atalho para uma ideia muito mais profunda, talvez algum controle sobre como e o que você pensa. Estar consciente o suficiente para escolher no que se presta atenção e construir algum significado da experiência.
Isto, como muitos clichês, tão manco e desinteressante na superfície, na verdade expressa uma assustadora verdade.
Lá naquele boteco se ouvia a história de como eles atiraram no Mestre Terrível. E a verdade é que a maioria desses moços estão mortos muito antes de puxarem o gatilho. Cachaça, vida que segue, pururuca, milho, mais cachaça. Falas entrecortadas na esquina, Ronnie Von na máquina, risadas cheias de batons borrados.
(E eu afirmo que isso é o que o valor real, não-merda sendo merda, em uma suposição do ser nobre: como passar por sua vida adulta confortável, próspera, respeitável, inconsciente, um bom escravo a bem dizer).
Para si a forma natural é a de ser única, completamente, imperialmente sozinha dia após dia. Espelhos manchados, urina forte no chão naquela sensação de ali não pertencer. Era mais um banheiro com mulheres peladas nas paredes. Sofre por isso toda vez e mais uma vez.