Quais afetos estão ali? Enquanto você me excita, me levanta, me exponho a ti. Meu corpo é uma racionalidade, uma forma de como se pode estar no mundo para além dos dinheiros e empregos. É uma era da violência insensata essa que vivemos. E como a mais doce taça que eu dividiria com você, ergo um grito coletivo de liberdade.
O que você vai fazer quando as coisas correrem mal? O que você vai fazer quando tudo se quebrar? O que você vai fazer quando o Amor queimar? O que você vai fazer quando as chamas subirem?
É um confrontar-se com uma situação de desabamento da possibilidade de respostas fáceis. O que você vai levar para que se faça um sonho brotar, apesar da tempestade que não se acalma, é o que inquieta. Permaneça, repete. Permaneça. Oh, você me levanta até o topo e só aí então, eu posso ver que as luzes brilham e os sentimentos vêm.
Mas se isso não significa nada, quem teria o toque para acalmar a tempestade? São passíveis de vários usos. Talvez daí venha a importância de que ao menos um seja a coragem, com uma boa maturação para quem possa estar desamparado, uma diferença atenta. Lidar com afetos que não se controla, corpos em errância. Corpo fissurado, pequenos abismos na pele onde moram as possibilidades de reação e quiçá um pouco criatividade nessa vida.
Na imagem que está na parede do quarto, vemos um homem e uma mulher que se olham demoradamente e cada um tem um copo na mão esquerda. Nuvens cercam os dois e o tempo pode estar nos dias ou horas e, desamparados de si, estão a fazer brindes.
Longo alcance.