Será que queremos então chegar em algum lugar? A gente se reconhece, mas ignoramos isso. Instinto de sobrevivência, ou vontade de permanecer na alegria. Uma necessidade, não uma possibilidade…
Atina para mais do que uma afeição, podemos estar todos perdidos. O corpo feminino obra, suficiente, é uma questão que se faz insistente. Deixe-me andar por esta estrada, insisto. Encontro você atrás da estação, me guie de volta pra casa, poderemos chegar tão longe, já avisto as luzes da cidade. Não voltemos agora.
Houve um tempo em que você me dizia segredos, ninguém sabia. Contava sobre o corpo,
que é calado, afetado, alterado, violentado, destituído, odiado, silenciado. Mas você estava com medo. Nós costumávamos fumar e assistir aos aviões pousando. Fazendo-nos graça, como política, como ato. Exercendo a posse sobre o próprio corpo. Coloque seus braços em volta de mim, olhe de perto minha pele, intenção.
Então não se engane, não se engane. É você bem ali, bem ali refletido no espelho.