Quando te encontrei, um incêndio queimava em uma colina e a lua estava cheia. Os volumes da fumaça eram rococós, cercadas de anjos vermelhos. Você não sorriu, mas ficou de prontidão, ergueu-se um pouco na cadeira da qual se levantava com algumas dores e um bom bocado de problemas. Talvez quisesse provar-se que ainda lhe restavam energia e agressividade.
Seria útil recolher os restos, os ombros. Com desejo cinza, olha louco seus olhos azuis pedindo paraíso. As árvores negras bloqueiam o caminho. (Seu caminho está em consternação). Canta como em algum mundo de trovão e raio, pedindo para ser banhado em luz para ser exemplificado como desejo.
O mundo está agora enrolado em redes de telecomunicações que transmitem modelos integrados de comportamento social, político e econômico. Grita! Eu fui forçada a olhar para mim e para a minha vida com uma clareza severa e urgente.
As pedras quebraram vários tetos de vidro. Não falar e falar são ambos modos humanos de estar no mundo e a vulnerabilidade da visibilidade impede de quebrar nossos silêncios. Às vezes o medo dorme, mas nunca desaparece. Hoje desejo ser forte, mas não sei como e você ouve meu coração inquieto.