A gente busca uma realização da natureza primeira, talvez o segredo esteja na abordagem das novas ideias.
Mas se bem que produzir por produzir é vácuo. Perpasse a pulsão em todas as suas ações e nas dúvidas (as pedregosas também), se tiver fôlego. É que às vezes precisa de tempo pra se fazer, precisa quebrar a cara algumas vezes, e mesmo assim, continuar.
Seja no silencioso sentar à mesa, esticar a toalha, ajeitar as xícaras, várias vezes em um único dia, dia após dia. E só jogar aquilo que se sente verdadeiramente como jogar. O que está em minha alma no momento é o que eu quero fazer, muitas vezes um emaranhado de mudanças que não podem ser enfiadas nos carretéis habituais: E no pensar, eu o avistei. Corri para alcançá-lo. Apenas caminhamos lentamente lado a lado em um exercício que durou de 5 a 10 minutos. Ele disse, pode-se causar reflexão e discussão, que é tudo que você pode fazer. Eu tento não olhar para trás. Eu estou olhando para a frente. É tudo pelo menor conteúdo de doloridos. Bem, deixe de dar alguma olhada para trás. Todos eles estão apenas imitando outras pessoas… Penso sobre o que ocorre dentro e fora de nós enquanto ouço aquilo. Não concordando o caminhar ficou mais lento. Desacelerei até estar só novamente, para novamente correr para alcançar. Movimento que se repetiu várias vezes, por um tempo, por uma vida. Assim era como se vivia naquele tempo, sonhava. Alcançar e desalcançar. Sentir e dessentir, amar e desamar (ou pelo menos aprender a amar de uma outra forma). Foi perdendo o fôlego. Foi perdendo a vontade (queria que mudasse seu caminhar também) mas não o desejo. Era inútil, percebia, mas não se convencia… queria que as atividades da vida cotidiana fossem interligadas formando uma única prática, o caminhar acompanhado.
Como era tacanha nesse pensamento, então. A recusa de alguém à sua companhia era dilacerante, mas não deveria. Dizia-se que atrito gerado por este processo (enlanguescer-se) – integração da vida cotidiana no movimento e pausa – pode, quer, deveria fornecer a energia que cria mudanças para quiçá poder crescer. Enquanto isso, outros acompanhares surgiram, permaneceram, desapareceram, se importaram. Diante de uma dificuldade, não conseguia manter o esforço contínuo. Era coisa sua, deveria de ser. Tenta resolver os problemas por pura angústia, pressa e o pior nas coisas acontece. Quase desespero, incompreensão de si mesma, porque duvida da sua sombra. Descansa as mãos e o peso do corpo nos joelhos, pra recuperar o fôlego, pois como? Se estava apenas a caminhar. De onde veio essa exaustão de existir? Certamente haveria uma inclinação inata de uma coisa além corpo para continuar a existir e se aprimorar. Pés de chumbo, a mente, a matéria, ou uma combinação de ambos, tempo real para modular vibrações, desejo de viver. Não desejava o toque. Só a não despedida. Era difícil perder de vista. Colocando suas lutas internas em exposição, sobrevivência vista. Mesmo sem querer. Teve vergonha da sua fraqueza, teve vergonha de si mesma na tentativa do alcance. Vergonha de ali, no prosseguir abandonado, aprendendo a (re)viver ou acalmando as ondas, perder o ar. E o que via ao longe era regalo. Esses são os dois temas que eu sou mais interessado com – disse, relativo ao meu estado de consciência enquanto o usa (tudo era afinal sobre si, mais ninguém). Isso importa? Maciez e ternura na auto-palavra. Não mera gentileza, um escasso aliviar.
Eu sou uma pessoa mais velha agora.