Não ser o que se falta

Andava muito nervosa ultimamente.

Expandindo os sonhos para onde nada importa muito, eu me olhei sem espelho: um clichê acerca da integridade própria. Com aquele tom confessional de intimidade (como questões de viver e pensar no real) dei voltas para que a saia rodasse. Num gole de café, boca vermelha, boca miúda. Resolvi pelas novas possibilidades afetivas para que, quem sabe, pudesse cultivar o amor. O trânsito entorpece, mal percebe o caminho, tudo diferente.

Segue mesmo assim, e lentamente, percebe que um dia (outro dia) irá surtar naquelas paragens. Mas nada disso beneficia diretamente essa torrente de lágrimas que transbordam, naquele geladinho que alivia as bochechas quentes, já que no sonho fazia tudo certo. Mesmo assim guia o carro, mecanicamente. Sem tempo nem lugar pra lágrimas. Novas escolhas, viva! Novas tendências, viva, viva! E sem aqueles constrangimentos e necessidade de arrependimentos (!!!) era seu futuro escolhido. Queria amar em outras circunstâncias, de outros modos, outros modos. Agora é seduzir. Alegria e baixas expectativas, onde os re-sentimentos fossem sussurrados. Nem a fibra que me falta, nem as palavras, nem a amorosidade.

Não ser o que se falta, começa por adquirir novas qualidades (sem juros) pensando no que poderia dar profundidade a cada uma de suas almas nessa vida. Coisas que jamais sonhara esclarecer com calma, limpar, polir (a alegria sempre acha o que quer) no campo do corpo físico diante de algo que ainda está por se formar.

Uma nova felicidade, pequenina, no banho de sol, um casamento legítimo, sim, vai. Qual seu sexo? Masculino.

Um pouco de sol nas mãos. Assim ficará melhor.

 

 

ivana

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