A confiança nunca foi totalmente recíproca, às vezes é difícil até mesmo imaginar um lado bom, então o gesto que recebe de volta é de outra natureza. Desistir das escovas de dente não é agora a questão. Fraca de forças, mergulha na nova temporada das escolhas fundamentais, com novos revestimentos de plástico. Porque a gente não devia aprender a amar quem nos aprisiona.
O desenrolar melódico como em uma caixa de música deu pouca indicação do que estava por vir. Aquele não era o mundo que quisesse fazer parte, que pudesse fazer parte. Em retrospecto, aprecia-se como um começo inocente. E que foi se permitindo uma flexibilidade em seu pensamento para novas idéias e maneiras de fazer as coisas, novos agires, novas possibilidades. Adaptar-se. Entregar-se. Se tornar maleável… Mas isso não resolveria, não resolverá, não resolveu as questões mais importantes. O gesto que recebe de volta é de outra natureza.
Empatizar com as necessidades do outro. Importante que se fique mais fácil com os dias. É importante se reconhecer nos gestos. É importante que os gestos tenham sentido, um sentido mais profundo. E que não sejam em vão.
Depois de fazer alguns presentes finais (físicos e musicais), respira um suspiro de alívio e a oferta “de terminar algo que você trabalhou muito duro” a faz dolorida, apática. Uma peça rápida que acelera em direção ao ano novo mais uma vez, aumentando a sensibilidade. Torce por uma fé mais justa.
Eu te apodero dos meus sentimentos. Pequenos potenciais, de competências, de desenvolvimento. Mas o gesto que recebo em troca é de outra natureza. Entristece. Emudeço. A queda foi muito grande e abrupta. Perde-se o ar. A fala. A letra. É duro. Embrutece.
É uma boa noite para os pássaros e as abelhas e talvez veja novamente a lua essa madrugada. A luz da rua vindo através das árvores.
Talvez ou o balanço no meio da rua tarde na noite, sem nenhum ensaio necessário. Como estará o lá dentro? Não precisa se preocupar, não precisa se preocupar com…
Apenas aumente o passo.
Ivana Almeida