Há amor, respeito, igualdade e unidade aqui. A voz ficava dentro de nós: I’m broken.
Não há nada a dizer. Muitas vezes, durante alguma meditação os pensamentos que insistem são inteiramente banais – o freio de uma calçada da infância, luz de cinco e meia da tarde caindo em um prédio familiar, um buraco na parede, um arame esquecido amarrado no poste – mas em sua aparente forma banal, intimam a existência do eu anterior que habitara esses momentos. Um eu que parece tão pouco estranho e mesmo assim tão remoto. Ainda um para o qual estou sempre atrapalhada por essa lembrança meio consciente. Ele trabalha em isolamento – não como uma punição, mas para que ele possa se concentrar no que precisa ser feito.
Acreditava que grande parte daquela estrutura, ainda que invisível, era imutável. Com uma taça nas mãos, circulei pelo ambiente à procura de micro paisagens. E que de pé, sua mão e sua boca entreabrissem e basta-lhe fechar os olhos para desejar salivas. Exige integridade e previsão por você, que poderia te paralisar, é claro; mas se a questão não mora na mente, então é simplesmente condenada à eterna juventude, que é sinônimo de corrupção. Inspira uma nova estética da ciência lírica.
A memória, de fato, é A memória. Está bem aqui, aponta a testa bem no meio dos olhos com o dedo indicador, na cabeça, mas pode sair, abandonar, deixá-la para trás, desaparecer. Que qualquer coisa – absolutamente qualquer coisa – poderia acontecer, e você pode garantir que algo aconteça. Memória, um santuário de infinita paciência.