Como passa rápido e logo chegamos ao nosso último dia, pena não podermos voltar os ponteiros do relógio para tentar outra vez. Poderia pensar que isso nos trará algum conforto. A melhor maneira de ter certeza acabou gerando ainda mais expectativa, não mencionei o ocorrido por muito tempo e com essa atitude tudo parecia seguir seu rumo normalmente. Eu achava que não tinha o poder de me afetar diretamente.
Agindo de maneira responsável e manifestando compaixão que mais dão sentido às nossas vidas do que ao coração daquele que fere – era o que tentava realizar. Se pensamos a cena do tema da violência como uma categoria da prática contra o outro, deixamos embaixo do tapete aquela que cometemos contra nós mesmos. O próprio limite entre o ser e o parecer inevitável da violência é questão para pensar. A demora em se perceber como mais uma face de ações banhadas de sordidez era pedregoso e dolorido – com o tempo era mais difícil esconder o nojo e a raiva. E vê-lo simplesmente me deixava deprimida e me fazia sentir muito vulnerável por dias.
Esta não é uma questão para ser debatida com teorizações complicadas. Trabalhava com improvisações. A única coisa que poderia fazer é usar bem o presente. E em tudo isso utilizando apenas os níveis mais superficiais, elementares e menos refinados do espírito humano como ponto de partida.
O essencial permanece escondido de nós sem que se seguisse vivendo por aí. E o discurso fofo de direitos e de sonho de igualdade não tira o peso do estômago.
Simplesmente se busca uma leveza de corpo.