Meu amor, existe a  ferocidade dos quartos abarrotados, impedindo de produzir algo novo, tente entender. A repetição é uma perpetuação, fico aqui comendo meus desejos e minhas verdades. Recomendam calma, pureza e amor no trato com as repetições e perpetuações alheias. É isso, não é? Portanto te informo que não ando por aí à procura de reviravoltas, apenas de bons prosseguimentos. Hei de ser perdoada, são menos de dois gloriosos anos que consegui um reencontro, diferente, melhor. Diferente do ‘fazer o que manda seu coração’ que  nos leva ao mesmo padrão (coração bobo coração bola).  A gente se ilude e espera que nos livre das altíssimas despesas de manutenção – coração, vinhos e táxi. Sim, envelheci, meu amor, e fico cada vez mais… levemente e sutilmente…

 

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Saul Leiter, Don’t Walk, 1953

 

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