Ao menos às que procuram se manter informadas, percebem a prisão e a chatice que não haveria razão de existir, ainda que tivesse um fundo de verdade.

Eu vi medo nos olhos dela quando mais queria ser e demonstrar fortaleza. Nem sempre alcançamos sucesso em atuações, o corpo exposto não é o de ninguém além do seu. E naquela tentativa de explicar o que não pode ser realizado enfrentamos uma… inquisição. Bate no peito, se infla. Uma boa defesa daquele chute alto, preciso. Acaba por se aprender a lutar? O que não se percebe, pelo menos em uma forma superficial de leitura, é no que se transforma o adversário quando ataca e se justifica. A necessidade do ataque é sua maior fraqueza então.

A lógica do ‘respeito mas não me interesso’  transforma a luta absolutamente franca. As olheiras não são perdoadas, nem o cansaço, nem a não impecabilidade da sua aparência. Aparência. Senti na pele ‘você é culpada por eu te destruir’ ‘você é culpada por te amar’ ‘você é culpada por eu ser fracasso’ e, garanto que as cicatrizes existem e doem, e desencadeiam efeitos colaterais tão certeiros ainda que abstratos. É tosco. É rude.

Todos os seios desnudos pertencem aos outros, e os olhares disfarçados de cobiça atingem bem na linha da cintura, e tiram o ar. E depois sou toda cicatriz, fígado e estômago que hão de virar de ferro algum dia.

Ser mulher por aqui é inferno e não há outra saída a não ser coerente com os fatos e com essas cicatrizes nossas de todos os dias.

Fotor0706225152

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