Se a vida acabasse em mel, perplexos seguiríamos em aparentemente normalidade – disse o brincalhão. E já em idade de se comunicar, o menino ainda não fala e por motivos pessoais os pais resolveram buscar em muitas e outras organizações religiosas a palavra perdida. O cosmos é íntimo numa forma como a alma se identifica com a vida. Mas uma coisa não poderá esperar: sobriedade, pois sua alma estará muito mais interessada em perder a cabeça do que em mantê-la no devido lugar. A mudez do menino atordoa quem não compreende e em meio a exames, bençãos, rezas, súplicas, ele simples está. Busca o sublime (não conforma com a banalização)aquela aventura que te tire dessa existência ordinária com a qual já discorda visceralmente. Não, não teria idade para isso ainda… para pensar sobre os ordinários dessa vida. Mas de alguma forma reage a elas com mudez.
O sublime está longe, mas está perto também, está no viés dolorido do entardecer de outono.
O sublime pode ser encontrado em alguns pensamentos e que ao observá-los fica surpreso na qualidade e profundidade desses. Imaginava incapaz de produzir poesia, mas eis que se pega em pensamento descrevendo poeticamente os acontecimentos. Encontra o sublime nos comentários surrealistas, nas ladainhas, nas luzes na sua garganta, medidores, instrumentos cirúrgicos (que te sequestram da existência almejada e te devolvem ao lugar onde está).
Um dia irá gritar aos quatro ventos: a Vida é sempre surpreendente. Por enquanto, boca miúda. Vosso pai evém chegando.