Depois não falamos mais nada, não pensamos em mais nada, nada mais a gente quis.
Quando encontrar, guardo no bolso as histórias. Tremi, e a tremura é tão deliciosa como um encontro justo e firme de dois em um pensamento. Internacional e acidental (mas ele é do mundo, não é daqui). Uma vontade derradeira (de nutrir laços humanos íntimos – o afeto, o desejo apaixonado e amizade) ameaça uma certa descrença (coisas de antes). Uma certeza absurda (custava a acreditar).
A relação mais rara, mais profunda.
Nós temos muito mais bondade do que é dito. Eu gosto dele e ele gosta de mim. Nós usamos os nossos olhos mas o olhar está olhando, levianamente, aquele desenho no braço, aqueles escritos na pele. A partir do amor apaixonado eles fazem a doçura da vida. Os nossos poderes intelectuais e os princípios ativos aumentam com o nosso carinho. Dar uma pausa rápida em tudo o que era.
Eu sou tudo dormente, eu juro. Ele foi-se embora. Vi-o por um minuto, de relance.
No espaço pequeno, de manhã, quis café, quis cappuccino, quis torradas, quis banho. Quis sonho. Quis.
Helen Levitt