Tudo parecia diferente, afinal. Coração pequeno, cabeça miúda pra pensar, braço dolorido. Estava ali pra fazer também perguntas tolas.
(Há tolice no amor?).
A gente não tem juízo para coisas de antigamente. Às vezes mais enfezada nos modos, enfezada nos sustos todos da vida. Que fosse sonho para se esperar e para sentir, uma coisa tão pouca de se querer. Tão pouco de se esperar. Queria ter grandes sortes. Havia de enfurecer. Pensara que havia algo dentro de si que a esperava, para quando sonhasse. E ela respondeu: que sejam por coisa nenhuma até que sentires coisa nenhuma. Que sossegasse. Mas o sossego durava coisa nenhuma de tempo.
Perguntaram-lhe: tens pressa? Ela disse sim, que era um jeito de dizer que tinha medo.
A secura de tudo. De todas as águas.
Jacques Henri Lartigue