Acordou hoje de manhã para descobrir uma miçanga perdida em um dos cantos do quarto, acordou hoje de manhã precipitada e desvairada. Inerente a todas as coisas, o filme-carta passou diante dos seus olhos. Em face do desconhecido e do horror do dia a dia que terá de lidar, jornadas frutíferas, trocas valiosas e ajudas espontâneas fazem o brilho dos dias. O objetivo todo deveria ser reconhecer e satisfazer a natureza sonhadora da existência, qualquer que seja ela. Há mais resolução, mais brilho, uma clareza, uma sensação, uma dimensão.
Confiante naquilo que descobriu na solidão de um não-sono, quis se envolver com o pós-amanhecer com alegrias e águas. Eu cresci católica e minha mãe permanece até hoje realmente motivada por essa religião. A crença nas multidimensões é apenas um formato, um outro formato, não um questionamento. Porque eu acho que há um peso para o processo de pensamento religioso, uma espécie de peso emocional. Como você se sente sendo sozinha? Como você se sente sendo repetidamente substituída? Eu trago pra você pequenas explosões, ouviu ao longe.
Eu não vou chamar de profundidade o que implicaria em monte de outras coisas, mas certamente há uma espécie de amarras sobre isso. Como quando você não é necessariamente destinado a se divertir muito nesse mundo, enquanto os dramas estavam em preto e branco. Não mais mitificar e oferecer respostas. O que é mais perigoso é quando construímos uma mitologia qualquer para dar respostas e ditar o significado e a existência, e então oferecemos essas imagens como precisas para mitigar todo aquele pavor que sentimos. Parece que em nossa cultura o objetivo é nos fazer sentir mais aterrorizados e menos confiantes.
E, claro, com dois olhos, você pode simplesmente assistir ao mesmo filme de forma diferente.