Eu acho que a gente atura coisas demais

Pode ser que eu acredite que isso pode ter ajudado a ela.

Não acho que você possa realmente escolher o que as pessoas vão gostar, dizer ou mesmo lembrar de você. No que você acredita? Eu tenho andado na chuva só para melhorar o meu propósito na vida.

Sempre tenho medo de que alguém coloque o dedo sobre o que você pensa de si mesmo. 

More than a ssssusur,

O que nos cansa exatamente. Ganhar uma nova perspectiva sobre isso, e sobre a realidade. Fazem anos que o cansaço acomete, me derruba, de modo que mostrem-me mais olhos cinzas. É como um cientista interessado nos princípios da cognição. Ou um crença em vida depois amor. Ou na vida sem amor.

Como é se sentir assim, posso dizer; A primeira coisa que me lembro é querer inventar uma forma de atravessar as paredes. Ou de abrir alçapões debaixo das estantes. Eu só sei que quando se dão os acordes iniciais eu escuto, já sei o que vem. Não só se o saber assim.

Veio da Grécia, veio assim. Memória, percepção, interação. Se estuda isso como pessoas poderiam cometer erros tão terríveis.

Que há uma grande variedade do que você poderia colocar sob o guarda-chuva da ficção embora no final das contas, especialmente nos limites, isso começa a não fazer mais sentido, para nós, que vivemos uma realidade ainda mais bruta. Ou ensandecida. E a gente tem que pensar na resistência.

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Não há razão para você me tratar assim

Com o coração cheio de napalm, atolada no elevador com onze onde caberiam seis. Você não reúne as pessoas em um elevador, porque os elevadores não são tão agradáveis ​​e as pessoas não conversam neles tão facilmente. 

Aqueles que a despeito disso, os situacionistas que procuram a qualquer custo alguma esperança, poderiam responder a pergunta “O que é ser revolucionário?” de maneiras diferentes em momentos diferentes. Com as respostas, se deixar, a gente perde até a vontade de propósito na vida. Não é assim que eu vejo. Há de se ter inconformismo no café da manhã, um pensamento conceito por trás de cada imagem.

Eu tirei aquela foto!

Chamaríamos de descansar sobre os próprios louros e não acho que deveríamos agir assim. Se formos rápidas chegaremos em casa mais cedo. 

Eu estava em pedaços. Não cansada, em pedaços. Nem todos acabam segurando firme em uma tira de couro desgastada, lutando para respirar, para tomar um pouco de ar. Lembro de enquanto ia para lá pisar no freio abruptamente. Quase um acidente.

Se não fosse importante, eu não teria ligado no domingo. Eu não teria ligado. Sempre fui uma estudante para todo o sempre, sou esse tipo de pessoa, do vir a ser. Nem sempre a que você conhece. Portanto, as imagens são 100% gráficas e 100% filmáticas.

Você deseja criar uma atmosfera de conforto para a pessoa. Para si também. 

Se você ama alguém e ele está ferido, você o ama ainda mais.

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Havia estradas, hotéis, um pouco de luz lá longe. Não havia lua, havia breu e arrepio. Pouco para comer, farinha, feijão e chá preto. O sufrágio feminino também abraçou o tabagismo como uma forma simbólica de discordância quanto ao papel de gênero e um sinal de independência. Portanto, à sua maneira, a decisão da senhora de fumar foi mais do que picante. 

Ainda assim, houve a mais requintada hospitalidade de estranhos que oferecem tudo o que têm.  

Mulheres do interior contadoras de histórias de beira de fogão, enquanto cozinham o feijão, cantam diante de pinturas que retratam as histórias de suas canções. Hoje eles abandonaram os mitos e apenas pintam e cantam sobre catástrofes: 11 de setembro, 111 presos, 111 mil mortos- eu me pergunto se isso um dia vai parar. O interesse é no encontro de formas muito antigas de imaginar e contar histórias com realidades contemporâneas. Uma forma de ver o presente remotamente.

Estou tão entediada hoje como sempre. Exausta pelas voltas do pensamento condicionado, que não chega a lugar nenhum, só até onde a dor no peito desafia a lucidez. E aí me sinto feliz e tenho o desejo de compartilhar minha felicidade (…). Mas isso foi em um outro dia, um outro tempo. Hoje, as atividades desnecessárias foram eliminadas e fico com minhas fotopinturas. O dia era sonolento, perigoso, sem esperança.

Grandes degraus de uma exibição implacável de todos os aspectos da vida humana, os peregrinos tomando banho, os cadáveres nas piras funerárias queimando, os turistas olhando, os homens santos nus fumando ganja (….) Nada é sagrado porque todos os limites foram rompidos; tudo é sagrado porque todos os limites foram quebrados.

O que essas pessoas sentiram? Posso me sentir como eles? E, se eu me sentisse como eles, o que faria? 

O presente é uma coisa terrível. E só quem deixou de acreditar no futuro imagina que não tem passado.

Eu só queria te ouvir tocar

Uma calmaria era prevista para o início da semana. Sei que não é fácil viver disso, e ainda era domingo, ventava e ardia o peito. Eu queria correr atrás daquela luz que cegava porque aqui estava seco e escuro. Tem uma montanha enorme ali vamos tirar uma foto para não esquecer?

Aquela nuvem parece fumaça e a janela que está aberta dá para o jardim. Essa condição de abandono nunca nos deixa, o peito dói. O céu nublado é um grande discurso. Sobretudo o desamparo. Um sofrimento só.

A onde a gente pode buscar a origem da nossa dor? Uma orfandade que nos atravessa e você tem sorte se você não se lembra de nada. Pode ser um detalhe, mas é interessante perceber que o social não é automático, mesmo que ignore a própria prisão.

Porque não é nada, mas a pele parece que vai esfarelar de tão seca. O nariz todo machucado, uma desesperança de um eterno domingo sem fim. Já pensa em não trabalhar amanhã de manhã e em como continuar na ponta dos pés para respirar um pouco melhor.

Porque tem dia que a noite é foda e o que temos conseguido é tentar dormir e ligar alguns pontos que façam sentido.

Titubeando

 …

antes era assim.

e certamente para mim agora, aos quarenta e tantos anos, continua sendo assim

– apenas em um contexto diferente.  

please, remember me.

Se tiver sorte mergulhe naqueles arquivos e tente resistir ao alívio do isolamento.

Interagir é o novo eu quero, eu sou, eu mostro, eu existo. Havia um tempo em que já fiz uma foto de mim mesma por dia, todos os dias. E as atualizava nas redes. Não sou assim, estou assim. E dentro de tantos ‘estar assim’ um desenho se forma. A contemplação como um momento de estar consigo mesmo, selfiesejar em frente ao bombardeio de informações a que estamos conectados 24h por dia. O centro é um sucesso. E para mim quer dizer que a gente não pode se acalmar.

A mãe cuidava do lugar. E tudo ligado a um contexto. Uma comunidade específica, um momento particular. Vejam o que se consegue com os registros que sobreviveram. Costumamos dizer que sabemos quem somos, mas acho que não.

Hummm, bem, uma luta também pode ser uma luta interior. Toda luta é uma luta para si mesmo. Depois de viver 80 anos não há ‘ifs’.

 

Eu tenho vários outros sonhos

Uma paixão com uma entrega sem fim.

Eu acho que precisava de escrever um livro que confessasse a dúvida, a vergonha e o pânico, enquanto a gente vive a narrativa sobre a qual homens escrevem. E eles acreditam (risos). Pássaro por pássaro. A gente tem que ter certeza de que não vai dar nada errado. E eles não estão realmente revelando todos os níveis psicológicos que entram nessa violência enlouquecida, na esteira rolante circular hedônica da conquista, fugindo do banal e do ordinário.

Como podemos fazer isso funcionar?

Lâmina fria de um diagnóstico terminal, repentino e próximo ao osso. Acordamos para a realidade livre com um grito, um silêncio, um aleluia oco. A noção do que os homens fazem para provar que são verdadeiramente homens, isso nunca vai desaparecer.” A batalha é longa. E existem muitos momentos em que falta o ar. Fadiga, paralisia e entorpecimentos.

Às vezes, ao invés disso, eu me agito.

Não encontrei muitos detalhes sobre o que eu precisava escrever, nem como escrever. Então terei que inventar muito. Eu não tenho ideia de como serão as cabanas ou a paisagem, tudo, quero dizer que tudo terá que ser inventado. Mas tem a invenção de uma memória ou partindo dela. Singularizando cada espaço, esticando ao máximo o conceito poderoso que é a relação aguda de como a gente olha pras cosias. E penso que ando fazendo tudo muito mal. E que é absurdo que eu estivesse escrevendo qualquer coisa. Olhando para trás, escrever parecia urgente.

Eu até tentarei escrever novamente, outro conto. Pode ser suficiente qualquer motivo, é isso que deve acontecer, então tudo bem se eu me render. 

Tira gostinho

As vagens ficaram salgadinhas, amor. Eu não sei usar tempero… e já tinha a manteiga, então… Mas ficou bom. Experimenta amor, um tira gostinho para você.

Não me deixe para trás.

Aqui a rixa é tremenda. Briga entre você mesmo, briga na rua dentro da sala, briga diante do repeteco da tv. Diz aí. Emoção muda, silenciosa. O que isso acarretaria na fratura exposta só os profissionais saberiam. Na pele, são tantas forças que não entendemos muito bem, porque a gente se isola e se sente. Com vontade ou não… era muito pouco, muito pouco. 

Existe uma coisa, o outro lado da avenida Rangel Pestana era onde moravam todos que não se cumprimentavam nem respeitavam. Esquece sua vida de antes, não vai voltar e muito menos será memória. A gente tem que manter um certo nível suportável de ansiedade, algo pra nos tirar da apatia, ou da raiva. “Isso não tem preço”, disse à época nas suas redes sociais. Não é que muitas pessoas se interessem, se signifiquem nesse contexto. Talvez ainda seja interessante. É um campo válido, embora meio fofo, como usar pantufas de gatos pretos.

Porque na verdade a alta carga dramática, é promissora, mas você se garantiria inteiro quando chegasse à festa? Tem razão. Vamos viver a vida que a gente quer viver, então. O sentimento estético é intelectual, ou talvez apenas um sentimento de admiração. Portanto, o estilo é sempre algo que está no fluxo. Os sonhos metem medo, aquela pessoa que corre para que alguma coisa funcione pode ser você.

É bom amassar um pouco as batatas.

De onde você acha que esse desejo vinha?

 

 

Solidão é relativamente fácil, raiva, medo, são emoções fáceis de evocar imediatamente com uma imagem, uma lembrança.

Eu acho que vergonha é uma emoção muito difícil pois que, logo depois que você cai em si,  sentirá que tudo o que aconteceu com você e depois tudo lhe pertence: os bons e os maus, o êxtase, o remorso e tristeza, as pessoas e os lugares e como estava o tempo. E principalmente, a tormenta do que deveria ter feito e não fez.

É um continuum. Não vejo isso como pensar.

“Agora tenho que fazer algo novo.” De vez em quando, é claro, uma linha de investigação chega ao fim, e então você está em um período de pouso enquanto você está superando o que tem feito até o momento. A gente se faz, a gente se faz pelo menos uma parte. A gente pode se fazer inteiro?

Se a gente for ser sincero diante do que a realidade nos apresenta, o que seríamos? A humanidade alcançou um desenvolvimento tão grande – como os dispositivos móveis dignos de cenários e previsões de star treck que imaginávamos à nossa frente, logo ali ao nosso alcance. Mas se pensarmos nos últimos anos, a diferença entre ricos e pobres se dissipou? Na verdade não.

Então, eu queria ser honesta com esse medo e tristeza e realmente me entregar a isso. É uma exaustão para fazer com que todas as situações pareçam simples e imediatas, para que a gente, eu, todo mundo, possa encarar emocionalmente. 

Eu penso assim: um dos seus momentos mais férteis é quando de fato, atavicamente,  você está tecnicamente fora de serviço, fora de controle, fora do juízo, fora do normal.