Talvez um projeto ambicioso, uma micro performance inspirada na solidão e no contraste entre a esperança e o medo, alçado pelo poder do mito e pela importância das palavras (lembra da dificuldade da construção do eu, aço preto).
Evidência. Anotações em pé de página: empatia – estar com. (Olhando em seus olhos, olhando em seus olhos, olhando em seus olhos, eu estou olhando em seus olhos). Brinca com a aceitação, com a ação e o movimento.
Deus sempre nos deixou sozinhas.Um contraste semelhante que diz muito mais a respeito da geografia do que da filosofia, é criado baseado no tema de deserção motivacional. Era dilacerante ser insultada sobre as qualidades do meu pequeno corpo quando eu ainda era uma criança espiritual. Sentia que tinha que me tornar fisicamente capaz de me organizar e fazer o que precisava ser feito. A auto alegria, permanência e auto preservação me impeliam contra a conformidade religiosa predominante. A grande questão da revolução está nos objetivos a serem alcançados, não nos meios para alcançá-los. Sobrevivência.
Estava gastando muitas horas da minha vida a fazer este trabalho, e se ia continuar, eu realmente gostaria que tivesse significado para mim. O começo com o som dos sinos da igreja, soavam como se a zombar, escarnecer da nossa existência. Enaltecer esse escárnio dando facetas redentoras do sofrimento é um ato violento. Exigência da não conformidade com as regras vigentes. A impressão geral é a de um dos pensamentos conflitantes: uma tristeza ao pensar que a religião pode não ser verdade, e a difícil força de eliminar a esperança de que um poder superior pode ainda estar presente, mas em silêncio. Se vivemos situações em que sistematicamente e constantemente se amordaça o feminino pelas tradições, a reação deve ser violenta. Nada disso faz sentido algum. Não mais ficar de joelhos diante do masculino divinizado.
A solidão do som, o silêncio da palavra é um reflexo do tempo, que durante a gravação, o artista mergulhado em sua própria psique, procurando significado e independência.
A luta é aparente no desejo do violoncelo tocando ao lado, banhado em lágrimas. Muitas vezes, o desespero parece ganhar, especialmente quando uma voz distorcida entoa ‘um mundo de trevas lhes aguarda…’. Este sentimento de não pertencimento, talvez um pouco demasiado óbvio (ainda um reflexo de raízes hardcore) reflete, no entanto, as palavras: “O que mais dói é esta – que Deus não é mais poderoso”. O minuto final não seria fora do lugar em um funeral. Com um número cada vez menor de pessoas que lêem, a música pode ser a nova literatura.
Parte II: A necessidade de sobreviver é o próximo na súmula. Por agora, muito em que pensar. Se as duas partes seguintes são tão fortes quanto a primeira, será um tríptico incrível. Cabeças e corpos por todos os lados.
Renunciar, convidar e abraçar tudo de uma vez. Preponderando a mudança.

Gueorgui Pinkhassov, Waiting for the tube, Tokyo, 1996
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