Estamos caminhando pela cidade, nós andamos como fantasmas negras. Como se repara uma parte da louça quebrada? Você não conseguia me ouvir, estava muito ocupado gritando com o sol. O sol está muito brilhante para se viver, dizia.
Acho que percebi que estou mais em paz do que penso que estou, ou do que tenho estado nos últimos anos. Há mais de uma qualidade zen sobre as coisas em mim, de certa forma. Você basicamente foi uma espécie de ser interessante em espaços contidos. O que se descobriu sobre si mesmo, apenas sendo lá, foi frágil, poderoso e suspenso nas lacunas. Eu quero pegar sua pele e então você poderá me sentir correndo por suas veias quando estiver caminhando.
Eu me segurei nas minhas coisas, tão amarrado. Eu quis tocar você, deixe-me continuar como se fossem bolhas de espuma ao sol, deixe-me permanecer nas mãos, corpo e pulso, lenços encardidos. Ponha as mãos nos meus bolsos de trás, retire os pequenos objetos mesmo sem o meu consentimento e coloque-os sobre a mesa – bolas e insetos que se arrastam. Seja gentil. Ainda tenho conseguido correr ao redor do quarteirão, vez ou outra, ver as pessoas novas e novas, novas e velhas, alguma canja de galinha, galanteios que fazem cócegas na cor azul e um xale velho xadrez.
E de cá, muita resposta vaga, pois eu não sei e não sei e me agarro a isso pois é preciso. Mas o sorriso me acontece.